segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ser amigo é


Por Carol Carvalho

Se você nunca ouviu uma música que fale sobre amigo, assistiu a um filme sobre amizade ou falou muito sobre um amigo seu é porque com certeza você é surdo, cego e mudo.

Mas isso de tudo ter um amigo no meio não é porque virou moda não, e sim porque não tem ninguém, depois dos nossos pais e irmãos é claro, que faça a nossa vida ser vida mesmo além dos nossos amigos. Pense na situação, você na maternidade, milhões de bebês chorando a sua volta, tudo novo  e estranho e de repente aparece um "cara de joelho" que olha pra você e te da a segurança que você estava buscando naquele momento, uma segurança de amigo.

Depois agente cresce e ai vem a nossa mãe, que tem que trabalhar muito e nos dar o que comer, não podendo ser a nossa companhia, assim sendo, nos leva para o tão legal Jardim de infância...no começo na verdade nada de lá se parece com um jardim, mas depois que o tempo vai passando agente começa a trocar brinquedo, meleca, cuspe, tapa, carinho... E aquele que parecia um mostrinho vira...Seu amigo.

Ai vem a adolescência, momento ótimo para ter amizades, afinal sempre um amigo vira o seu paquera oficial, seu assunto com os outros amigos e seus motivos para novas amizades. Acredito eu que é nesta fase que mais aproveitamos os amigos, pois é com eles que vivemos as melhores experiências, que nos frustramos e principalmente que construímos nossas raízes e memórias. Percebi isso ainda mais a um mês atrás, quando assisti ao show do Sublime e do Rage Against the Machine no SWU e fiz um pequeno filme na minha cabeça com os melhores momentos da minha vida...que foram sim com os meus amigos.

Acho que assim vai a nossa história, amigos do bairro, amigos do prédio, amigos do colégio, do futebol, do clube de xadrez... Pessoas que vão se agregando a nós e nos fazendo cada vez mais "pessoas de verdade", e não que isso seja fácil, acho mesmo que é uma questão de sorte, pois mesmo rodeados de pessoas não podemos dizer que somos cheios de amigos, o bom é quando os selecionados estão do seu lado e te transformam em um amigo de sorte.

Pois é gente, acho que dei a sorte de ter os selecionados do meu lado e por isso venho por meio deste post agradecer a todos os meus amigos, que a cada novo conflito ou conquista da minha vida mostram que o mundo é mesmo azul com belas borboletas e que ainda bem, me ajudam a sempre e sempre viver e reviver a simplicidade dos momentos e memórias de ser amigo!

Muito obrigada a vocês, amigos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O QUE É A PORRA DO SISTEMA?


Por Carol Carvalho

A última vez que estive por aqui fiz uma promessa a meus (e)leitores aproveitando o clima político do ambiente para “prometer e não cumprir”, já que demorei mais que duas semanas para publicar uma nova idéia. Independente disso, acho que o tempo foi favorável as minhas reflexões, pois com ele consegui passar por novas experiências que me proporcionaram a construção do que lhes apresento hoje.

Apesar de parecer algo que já estamos cansados de ouvir, o meu assunto se tornou novo aos meus olhos depois do que passei e, acredito eu, pode se tornar ainda mais diferente quando pensarem nele no contexto de vocês.

Estou falando de SISTEMA. Pois é, uma palavra de múltiplos significados que no fundo no fundo nos revela uma construção desenvolvida e composta por pessoas que seguem um padrão e constroem, julgam, trabalham ou roubam de acordo com ele.

Sendo assim, querendo ou não, todos nos utilizamos ou fazemos parte de um SISTEMA para desenvolver as coisas da nossa vida, pense bem... Para nascer você precisa fazer parte da sistematização de um hospital e das leis do seu local de nascimento e assim se tornar alguém, depois para crescer e evoluir você entra no sistema educacional, que por sua vez te coloca no sistema de ataque de amigos juvenis, uma fase ótima da vida onde você aprende que as palavras realmente tem poder. Ai, quando você se torna um adulto, o que parecia simples se transforma em algo muito pior, pois agora você faz parte do sistema de sobrevivência, tendo que se adaptar e aceitar o maior de todos os sistemas.

E é ai que começam os problemas, pois a partir do momento que o sistema te forneceu oportunidades de compreendê-lo, porque não então contrariá-lo? Ótimo, tudo resolvido então, vamos juntar nossos conhecimentos e lutar para alcançarmos um sistema benéfico a todos, mas como?

Infelizmente essa é a questão que todos nos desenvolvemos e não conseguimos responder, afinal esta porra de sistema foi construído de forma tão antiga e inteligente que não conseguimos penetrá-lo a ponto de conquistar uma transformação, surgindo ai a minha maior frustração, que quero dividir aqui com vocês e tentar buscar uma solução, nem que seja em tempo indeterminado, só para me sentir um pouco mais capaz.

Tenho uma frustração que me trouxe até aqui e gerou a minha necessidade de respostas... A uma semana fui abruptamente tolhida por uma espécie de sistema de avaliação, tendo que transformar todos os meus planos por conta da opinião de uma pessoa que julgou a minha idade, a minha aparência e a minha profissão. A partir daí, passei a me questionar até que ponto somos livres, quanto de democráticos temos e como o sistema comanda as nossas vidas. Não bastando tudo isso, fui ontem ao cinema e assisti ao filme Tropa de Elite 2, ai não teve jeito mesmo a minha única alternativa foi odiar fielmente a organização do sistema e me frustrar ainda mais com a nossa impotência.

Apesar de bem no inicio o filme avisar que a história é uma ficção, temos plena certeza que todos os fatos são parte de uma realidade muito nojenta da qual fazemos parte e que foi sistematicamente construída para fazer pessoas ganharem dinheiro as custas dos que não tem, gerando problemas cada vez maiores e mais distantes das nossas capacidades, problemas tão reais, que por coincidência caem na nossa vida e só ai passamos a refletir sobre o que esta acontecendo acima da nossa casa, dos nossos amigos e da nossa balada.

Estou realmente indignada com tudo o que vi e com a nossa falta de sistema para combatermos tudo isso, por isso resolvi então escrever este texto e tentar fazer um milímetro da minha parte, lembrando que o grande dono de tudo isso é o grande sistema político, que apesar de forçosamente, faz parte da nossa decisão e que devemos mesmo pensar com real verdade para decidir, afinal esse, por enquanto, é o único momento que podemos influenciar e mudar em âmbito nacional alguma coisa nessa porra que conhecemos como SISTEMA.

OBS. Devo revelar que pelo menos uma pequena resposta já conquistei, afinal assistir a um filme que critica o sistema no momento em que estamos tomando decisões sobre ele é uma grande conquista!

TROPA DE ELITE 2 – O INIMIGO AGORA É OUTRO

Ficha técnica:

Produção: Zazen produções

Coprodução: Globo Filmes

Direção: José Padilha

Roteiro: José Padilha e Bráulio Mantovani

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

EU CIDADÃO, TU CIDADÃO

Por Carol Carvalho

Olá leitores e leitoras, como puderam perceber (espero eu), faz algum tempo que não escrevo por aqui, não porque tenha perdido a vontade e as idéias, mas sim porque tive que finalizar algumas coisas e cumprir algumas obrigações que me puseram longe do meu grande prazer de escrever.

Diante disso vocês podem imaginar o quanto tenho a dizer, mas caminhando de acordo com o movimento dos últimos tempos, estou dando prioridade ao “nada por dizer”, falando então de política.

Ontem tivemos o glorioso dia de patriotismo, podendo exercer o nosso “direito” como cidadãos e escolher o candidato que nos representará, que colocará os nossos desejos e necessidades no patamar nacional, fazendo valer a nossa consciência; será? Pois é, a única coisa que consegui sentir ontem foi uma extrema agonia de simplesmente não saber o que fazer diante de tanta confusão politicamente incorreta.

Foram semanas de propaganda política, redução de horários super intelectuais da televisão para exibição de debates, inúmeras discussões em bares e padarias do país para que finalmente 30 milhões de pessoas se dirigissem a dura realidade das filas das escolas, pois eu peguei uma fila de 40 minutos, para votar em cinco diferentes cargos que de fato, nem sabem para que serve. Digo isso porque só pensando assim para acreditar que mais de um milhão, isto mesmo, um milhão de pessoas conseguiram escolher como Deputado Federal nada mais nada menos que Tiririca, aquele que não sabe para o que serve o próprio cargo e que como qualquer bom político que se preze já conquistou sua cadeira e os acentos de sua corja para defender os “direitos” do palhaço cidadão brasileiro.

Não me coloco de fora daqueles que não são extremamente politizados, mas uso deste meio para representar a minha indignação com a política de política do nosso país, afinal não tivemos o mínimo direito de nada ontem, tivemos apenas que escolher os menos piores, gastar um dia de nossas vidas que já não é muito dedicada a nós mesmos e ainda comprovar quem somos com o tão falado documento com foto, já que o nosso organizado sistema não conseguiu que todos tirassem os seus títulos, documento que hoje serve somente como guia de sessão e comprovante de cidadania, nos fazendo questionar ainda mais que cidadania de mulher fruta, KLB e grande Tiririca é essa.

Não sei se vou me descontaminar disso, mas devo deixar aqui também a minha promessa: Caros (e)leitores, prometo a vocês que de hoje até quinta-feira escreverei uma matéria por semana. Obrigada e ao invés de votarem em mim, me leiam por favor!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Será que existe destino?


Por Carol Carvalho


Às vezes o tempo passa tão rápido que não percebemos nem que ele realmente existe, acho que foi por isso que a um mês e oito dias não publico nada por aqui, fui consumida pelos dias que passaram com tanta velocidade e acontecimentos que não pude ao menos perceber que o mês havia acabado.

Apesar disso não deixei de alimentar as minhas reflexões e aumentar as minhas questões, as quais no momento giram em torno da idéia de como a vida pode acontecer e se transformar através de algumas pequenas decisões (ou que pelo menos parecem pequenas), e isso não porque alguém tenha me dito, ou ainda por ter assistido em um filme, mas sim porque vivenciei essa experiência.

Nesse um mês que estive ausente consegui fazer uma viagem dos sonhos, trocar de objetivo profissional, mudar as estruturas, desencontrar pessoas e reencontrar outras, tudo com uma estrutura de tempo indeterminada e total falta de planejamento, o que é ainda mais surpreendente, já que geralmente esperamos que as coisas sejam planejadas e pensadas para que aconteçam da melhor forma possível.

Ok, mas imagino que vocês estejam se perguntando, qual é a minha relação com tudo isso? Para ser sincera, ainda não tenho certeza, mas acredito que a relação esta no fato de que preciso que as pessoas saibam que as coisas podem acontecer sim de forma inesperada e devem investir em apenas viver. Sei que é necessário trabalhar, seguir uma rotina, ter objetivos de vida e planejar o futuro, mas acabei de aprender que também é necessário viver, isso mesmo, comprar uma passagem e sair sem destino, dançar uma música que nunca experimentou, bolar um plano que só pode acontecer em curto prazo, beijar e abraçar sem medo de ser feliz... Seguir sem se preocupar com o que os objetivos naturais da vida nos impõem, ou seja, seguir o nosso DESTINO, que apesar de ser desconhecido, tanto em existência como em características, passei a acreditar que existe e que nos leva a conquistas que precisamos ter no tempo certo.

Como diz o dicionário, destino “diz respeito à ordem natural estabelecida do universo. Geralmente concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos provocados ou desconhecidos.”, ou seja, só podemos dar oportunidade a ele se nos disponibilizarmos a viver, por isso resolvi escrever este post como meio de dividir e impulsionar o desejo de viver em todas as pessoas que se alimentam das minhas reflexões. Corram atrás do seu destino, se é que ele existe!

sábado, 31 de julho de 2010

O POVO DA MODA




Por Carol Carvalho

Moda, sinônimo atual de glamour e indicativo de poder desde sempre ela dita idéias, gosto, mercado e movimenta a economia no mesmo nível que pólos como o esporte e a indústria automobilística. O que nos leva a concluir que ela é uma atração fatal para qualquer pessoa, desde profissionais da área a vítimas fashion, conseguindo com seu poder criar uma sociedade paralela que habita “O povo da moda”.

Muito bem, este post é dedicado a este denominado, e novo, “povo”, que como todos os outros seres humanos da terra, têm uma vida, comem, tomam banho, tem filho...mas com certeza possuem um poder superior para serem classificados como um povo em particular.

Para iniciarmos então, vamos pensar primeiro que povo é esse? Como já disse, eles são sim pessoas que tem sua parcela de normalidade, mas apesar disso manipulam um mundo em paralelo, ditando tendências, sendo pesquisados como referências de estilo, escrevendo sobre os acontecimentos do universo fashion e lógico, usufruindo do poder de manipular o mercado do desejo para ostentar, participar das maiores festas e mostrar suas bolsas de um milhão de dólares por ai. Além disso, eles são pessoas que se preocupam extremamente com o que estão vestindo e o que representam aos olhos do “povo”.

Ok, eles são isso e estão ai, mas quem os colocou em um patamar de outro povo? Pois é, infelizmente fomos nós mesmos, o povão; que manipulados pela indústria do consumo que quer vender sempre muito e muito mais, acreditamos que a nossa identidade se constrói com a calça do momento, o tênis mais pop e a bolsa do estilista mais famoso, dando a moda um poder tão superior que chegou ao ponto de desenvolver uma estrutura de pessoas e relações em uma sociedade paralela.

Não que eu não acredite na moda e no seu poder de movimento e criatividade, mas não acho nada produtivo o glamour que ela ocasiona e a confusão de personalidade trazida pelo seu alto desejo de consumir pessoas, o que leva a construção de uma fantasia tão superior a realidade que resulta na separação de pessoas, originando o tal “povo da moda”.

Acredito mesmo que a moda sirva para implantar idéias, movimentar e apresentar diferentes universos, difundir informação e logicamente vender, mas tenho certeza que isso é construído pelo povo da gente mesmo, por estilistas e profissionais que dão muito duro diariamente, que pesquisam, se esforçam, que tem grande capacidade e que pensam a moda como um meio de transformação, em várias escalas, o que os coloca muito mais perto do que longe do povo real e o que nos motiva diariamente a continuar correndo atrás do tecido de cada dia para manter vivo o mercado da moda.

Temos que buscar a nossa raiz dentro de nós mesmos e nos manter informados para que a realidade da moda bata a nossa porta e traga o que realmente alimenta esse universo, usufruindo positivamente do mercado e abrindo mão de dicas banais e baladas impopulares indicadas pelo “povo da moda”.

terça-feira, 27 de julho de 2010

CONTATO FÍSICO













Por Carol Carvalho

Desde que o mundo é mundo o homem conhece o que é contato físico, percebendo o meio, o alimento, o companheiro e o universo como um todo através do toque, da sensibilidade, que apesar de ser uma descoberta grandiosa e necessária para qualquer tempo e espaço é algo não muito considerado na atualidade.

Com o advento da tecnologia e das ferramentas oferecidas por ela o homem passou a manipular o corpo e sua sensibilidade, misturando humano à máquina para gerar novas realidades e fazer nascer a tal da “interatividade”, sintetizando corpo e sentimentos. Daí nasceu então a nossa realidade virtual, que hoje tão real nos leva a conversar com amigos a nossa frente pelo MSN, o que me leva a grande questão, será que valeu a pena?

Obviamente que evoluímos muito e utilizamos da tecnologia para melhorias na saúde, na educação, na ciência, entre outras áreas que conseguem usufruir do conhecimento para benefícios grandiosos, mas na área do pessoal mesmo acredito eu que regredimos, pois agora temos redes sociais alimentadas pelos cabos de energia e palavras digitadas em um pequeno teclado a nossa frente, somos amigos de mais de 1000 pessoas e seguidos por um batalhão de gente, mas quando olhamos mesmo pro lado, só temos a TV ligada, o celular tocando uma música e o Nintendo Wii nos esperando para o nosso horário de exercícios do dia, isso não é muito esquisito?

Pois é, não estou falando tudo isso como se fosse alheia a essa realidade, algo impossível nos dias de hoje, mas porque após ler uma matéria no site style.com que falava sobre a verdadeira fonte de inspiração e energia para o trabalho de moda passei a pensar nisso. Na matéria em questão, uma entrevista com o designer de moda Alber Elbaz, discutia-se a idéia de se transmitir desfiles em um telão, como se fosse filme, aos espectadores na platéia de uma semana de moda; uma nova tendência que esta vindo por ai e que apareceu nas passarelas do SPFW na última coleção do coletivo OESTUDIO.

Ao ser questionado sobre essa nova perspectiva Elbaz expôs a sua opinião em relação a tal da interatividade, comentando sobre o novo conceito de rede de amigos e apresentando suas idéias em relação à materialização dos desfiles, pois para ele com a virtualização da moda perderíamos a essência de toda a história que uma coleção pode contar, abrindo mão do prazer de apreciar o conceito, os tecidos, a modelagem, a beleza dos detalhes, o mesmo prazer que perdemos quando abrimos mão de falar ao vivo com um verdadeiro amigo, dar um abraço ou simplesmente conversar cara a cara.

Tudo isso me deixou muito confusa porque apesar de não compartilhar muito dessas inovações tecnológicas, usufruo delas para me comunicar com vocês, para conversar com quem esta longe e até para dar uma festa surpresa, isso mesmo, ontem passei por esta experiência, eu e meus amigos reais demos uma festa surpresa para uma grande amiga que esta em Nova York no momento, algo inexplicável.

Diante de tudo isso, na verdade não sei o que fazer, pois percebo que independe de não concordamos com essa sintetização de sentimentos e valores não temos como escapar, somos parte integrante dos novos tempos e tiramos benéficos dele, mas independente disso, acredito que podemos pensar nos limites entre relações e cabiamentos, criando forças para não cairmos na rede de cabeça, lembrando sempre que o contato físico é a melhor resposta para qualquer dúvida e o melhor marketing para qualquer mercado.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

REFÉNS DO TEMPO


Por Carol Carvalho

Acredito fazer mais de um mês que não publico nada por aqui e isso era o que mais temia antes de fazer o blog, pois todas as pessoas que eu conheço que tem um blog me deram conselhos do tipo: é necessário ter tempo disponível para escrever; você precisa postar coisas novas pelo menos semanalmente; todo mundo quer ver as atualizações do seu blog... entre outras observações que não levei muito em consideração porque acreditei que nós construímos o nosso tempo e que diante disso conseguiria escrever nos momentos necessários.

Infelizmente fui surpreendida novamente e percebi que na verdade não é possível que controlemos o próprio tempo, que apesar de ser definido como próprio na verdade pertence às obrigações, as necessidades, ao dinheiro e a tudo o mais que nos move diariamente para uma busca incessante da felicidade plena, o que é impossível de ser alcançado sem uma ótima utilização do tempo.

Diante de tudo isso então a única coisa que pude fazer foi entrar em desespero, pois percebi afinal que não tenho tempo para nada e com isso passei a pensar nas outras pessoas e em como se procede ao gasto de tempo delas.

Quando menos esperei ouvi uma locutora na radio Eldorado dizendo a um entrevistado que precisava encerrar a conversa porque como somos reféns do tempo não era possível seguir com a entrevista. Daí então que percebi que realmente a nossa realidade nos levou a escolhas sem tempo; sem tempo de viver, de pensar, de aproveitar e até de respirar, saindo da idéia de todo o tempo do mundo para a vivência de tudo em uma fração de segundo.

Com isso deixo aqui a você a minha explicação do abandono deste diário de idéias, que não foi por tempo indeterminado, e espero que essa minha experiência sirva como apoio para que vocês pensem sobre a sua posição em relação ao tempo, afinal como a antiga propaganda já nos ensinava, “o tempo passa, o tempo voa”... E nós continuamos cada vez mais nos envolvendo em atividades que alimentam o outro, colocando o nosso tempo de lado e perdendo muito tempo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Orgulho em ser brasileiro


Por Carol Carvalho

Hoje foi o dia mundial do amor a pátria, da troca áurea de vibrações entre o povo e seu país, ou será amor ao espaço próprio, a bebedeira, a um dia a mais sem trabalhar; amor a si próprio? Pois é, enquanto passei, como todos os brasileiros no dia mundial do orgulho verde e amarelo, duas horas na loucura do trânsito para ver a partida entre Brasil e Coréia do Norte, fiquei mais uma vez pensando sobre a mobilização de milhões de pessoas em prol de um único objetivo, o jogo do Brasil. Ai pensei mais ainda na loucura de estar em meio a milhões de carros que ansiavam pela chegada ao seu clã para assistir a partida e celebrar a vitória nacional, chegando a pergunta: mas afinal, que vitória é essa?

Não que eu ache que todos devessem esquecer a Copa e ficar horas a mais no trabalho, afinal eu mesma sai as duas da tarde, mas fico admirada com a mobilização de todas as pessoas em prol da torcida pela bola do Brasil, o que nunca acontece à favor de coisas essências para o Brasil, como a melhoria dos políticos, melhores condições de vida, evolução econômica, entre outros fatores que continuam em baixa escala no nosso país, fatores estes que interessam a um benefício do coletivo, não da sua família dentro da sua casa na frente da TV.

Ai então que mora o problema, será que só conseguimos pensar em resultados que tragam benefício próprio? Infelizmente dentro do meu carro, sozinha em meio à loucura do trânsito, conclui que sim. Simplesmente toda a cidade, individualmente se movimentou no mesmo horário a lugares muito próprios com interesses mais próprios ainda, passando por cima de carros e pessoas e finalmente vibrando por uma partida de 2 a 1 entre o improviso e a muralha da ditadura, que no final de tudo só nos trouxe mais uma oportunidade de sermos brasileiros, ou melhor, de sermos um só brasileiro, com meio dia de trabalho, muita cerveja e placar com saldo positivo depois de muita luta com o esforço da última hora. Seja brasileiro também e tenha orgulho sim do que somos, temos e podemos ser, isso sim é motivo de orgulho!

sábado, 12 de junho de 2010

É possivel viver de arte?


Por Carol Carvalho



Imagino que muitos artistas se façam essa pergunta diariamente, não por falta de confiança no próprio trabalho, mas por desconfiança no mercado capitalista do qual fazemos parte, que apesar de receber diversos tipos de áreas e trabalhos sempre nos restringe ao limite de ter uma casa legal para morar, comida para nos alimentar, livros e cds para colaborar culturalmente, ou seja, dinheiro.

Diante dessa necessidade muitas vezes abandonamos o nosso sonho e prazer para trabalharmos com aquilo que pode suprir as nossas necessidades financeiras, mas ai que vem a pergunta, será que vale a pena?

Obviamente que a resposta é não, afinal por mais que seja possível sobreviver com um trabalho que movimenta as nossas finanças, não estamos vivendo e sem vida não somos nada não é mesmo? Por isso passei a me questionar em relação ao trabalho de diferentes pessoas e ao meu próprio trabalho, buscando uma resposta a tão angustiante sensação de não saber se é possível viver do que você gosta, no meu caso, de arte.

Por conhecidência do destino, na minha jornada na semana de moda de São Paulo, ou mais comumente conhecida como São Paulo Fashion Week, encontrei com duas pessoas que me motivaram a acreditar ainda mais que é possível viver de arte. São eles, Gilmar, o cartunista e Hideo, o caricaturista.

O primeiro deles, Gilmar, cartunista renomado, do clube de nomes como L. Greco, Adão, entre outros, batalhador e profissional da área a 20, me fez realmente acreditar que é possível viver de arte, afinal ele vive disso. Com trabalhos publicados na Folha de São Paulo, uol, SPFW journal, entres outros veículos, ele traçou a carreira da sorte de trabalhar na área desde o inicio, construindo uma história e conseguindo sobreviver dela até hoje.

Aqui na São Paulo Fashion Week seu papel é elaborar suas tão adoradas tirinhas cómicas com as histórias reveladas pelos visitantes do evento no lounge Rexona. Minha proximidade com ele foi justamente por esse motivo, fui até lá contar a minha história, que ficou incrivelmente animada em três quadrinhos, e acabei saindo com uma grande história inspiradora, a história de um verdadeiro artista que visualiza o mundo como matéria prima para suas produções, que sonha e que comprova que é sim possível sobreviver de arte e de um conceito muito próprio sobre a vida, basta acreditar e "ter olhos para observar e captar", como disse Gilmar.

Com isso parecia que tudo poderia acabar, já que a resposta estava dada, mas por conhecidência do destino novamente, encontrei uma outra pessoas que esta no processo da vida através da arte, reforçando a teoria de que é possível e comprovando que é só batalhar e acreditar. Esse novo personagem da história se chama Hideo, um japonês autêntico, que como os outros tem um grande dom, muita força de vontade e concentração. Hideo é caricaturista por prazer, trabalhando hoje com festas, eventos e no desenvolvimento de caricaturas particulares, o que não era o seu ganha pão a um ano atrás.

Diferente de Gilmar, Hideo não conseguiu traçar o seu caminho de artista desde o inicio, tendo que guardar o seu dom de criança no bolso e viajar para o Japão para ganhar a vida. Depois de muito trabalho e dinheiro no bolso, o caricaturista resolveu voltar ao Brasil e investir na sua carreira. Ele foi estudar desenho no Senac Lapa Scipião e tendo a força do lema "no lugar certo na hora certa", encontrou Raimundo Guimarães, colorista da Walt Disney e seu "padrinho", que o ajudou a chegar ao tão esperado momento de viver da arte, abandonando a realidade industrial que fez parte de sua vida para incorporar a arte como profissão.

Suas perspectivas ainda não são como as de Gilmar, que já esta consagrado no mercado, mas hoje ele já acredita que é possível sobreviver de seu dom e caminha cada vez mais para isso, mesmo que tenha que encarar oito horas de desenho diário, com tempo limite de 10 minutos para o desenvolvimento de um desenho, afinal isso é só parte do processo para se chegar ao objetivo final.

Assim, com essas duas história eu finalmente consegui cessar essa angustia que carregava a tempos dentro de mim e hoje posso dizer mais do que nunca que podemos viver de arte e devemos acreditar cada dia mais no nosso poder de comunicar e difundir, explorando o nosso talento de forma a contribuir mais e mais para o meio, que assim a consequencia só poderá ser o retorno desse meio para nós.

Acessem o blog do Gilmar, www.gilmaronline.zip.net para conferir os trabalhos e encomendem caricaturas do Hideo pelo email erikahideo@yahoo.com.br para contribuir com o trabalho.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Parece brincadeira mas é sério

Por Carol Carvalho

Apesar de se mostrar muito divertida e ANIMAda, a São Paulo Fashion Week é na verdade um evento de extrema seriedade organizacional e financeira, movendo diferentes áreas da economia, da industria da comunicação e da sustentabilidade a cada edição que acontece.

Neste momento, os corredores do prédio da Bienal em São Paulo, produzidos especialmente por Julia Petit para o evento, trazem uma cara nacionalmente conhecido, com imagens que revelam o nordeste brasileiro e sua rica cultura através de grafismos dos artistas dos blocos afro de Salvador. Além disso, temos ainda os cataventos, que sopram alegria aos visitantes e a roda gigante montada bem no meio da Bienal, reavivando a alma infantil e animada que carregamos dentro de nós

Diante dessas imagens pensamos então, interessante, eles reconstroem um lugar, despendem uma grande bagatela financeira, mobilizam milhões de profissionais, tudo isso para que? Pois bem, nada é realizado se não pode trazer resultados positivos aos envolvidos não é mesmo? Por isso é que o SPFW é o maior evento de moda de São Paulo e um dos mais estruturados do mundo, trazendo a cada edição, em média, 150 compradores internacionais, representantes de grandes redes de varejo oriundos da Europa, Estados Unidos, Oriente Médio, Índia e América Latina, além da média de 2.100 jornalistas nacionais internacionais que vem divulgar o trabalho árduo e as idealizações das marcas brasileiras.

Isso movimenta não só o mercado nacional, mas também difunde nossa forma de trabalho, nosso perfil criativo e as diversas possibilidades que o Brasil pode oferecer em escala mundial. São investidos, em média, R$ 8 milhões a cada edição do SPFW. Nesta edição o valor é o maior de todas: aproximadamente R$ 13 milhões de reais, para que tudo fique estruturado e possibilite a realização de 39 desfiles com a participação de aproximadamente 350 modelos e a atração de 1,8 milhão de pessoas.


Diante disso, o evento consegue impulsionar pelo menos R$ 1,8 bilhão em negócios relacionados direta e indiretamente a ele, gerar mais de 5.000 empregos diretos e indiretos, popularizar a moda brasileira e disseminá-la no mundo, além de gerar um movimento extra no setor de turismo de São Paulo, já que proporciona um fluxo de mais de R$ 85 milhões, os quais correspondem à movimentação direta em virtude de receber um público de aproximadamente 100 mil pessoas, sendo que cerca de 38 mil destes são turistas nacionais/internacionais.


As grifes e estilistas que atualmente compõem o SPFW investem nos desfiles cerca de R$ 7,5 milhões por temporada, impulsionando uma rede virtuosa de desenvolvimento, emprego e negócios.

Os principais grupos de comunicação do País também são parceiros do SPFW. Anualmente, são investidos R$ 19 milhões em permutas de espaços publicitários e horas de programação relacionados ao SPFW.

A indústria brasileira da moda reúne 30.000 empresas, movimenta US$ 50 bilhões/ano e emprega 1.700.000 de brasileiros. É hoje um dos principais setores que devem receber atenção do governo federal para criação de empregos e investimentos, sendo responsável por 17 por cento do PIB da indústria de transformação no país.

Resumindo, o tema é de brincadeira, mas a coisa é séria mesmo e deve ser considerada, afinal apesar de parecer uma realidade alheia a nossa, fazemos parte deste processo, e como todos que estão dentro dele, devemos nos beneficiar da nossa fatia do bolo, independentemente se o retorno será financeiro ou intelectual. Vamos aproveitar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A moda da alegria

Por Carol Carvalho

Começou ontem o maior evento de moda do país, popularmente conhecido como São Paulo Fashion Week, a semana de moda com espaço físico restrito a jornalistas e fashionistas pops, mas atualmente popularizada e acessível a qualquer classe e cor. Isso porque a moda agora é tornar o espaço cada vez mais público, mesmo que seja através de desfiles transmitidos ao vivo pelo site oimoda, por convites oferecidos pelo mesmo site a melhor produção de um look postada no facebook da OI, ou por propostas como a da C&A, que nesta edição trouxe um “espaço aberto ao público”, onde transeuntes que circulam pelo parque do Ibirapuera podem ver tudo o que esta acontecendo nos corredores da Bienal por uma parede de vidro.




Não podemos dizer que a participação é efetiva, mas o que vale é matar a curiosidade e ao mesmo tempo levantar a bandeira de que a moda está se popularizando e disseminando cultura pelo mundo, o que afinal, não deixa de ser verdade, já que temos acesso aos desfiles, tendências, conceitos e celebridades por toda parte da Internet. Sem contar as transmissões de TV e a publicação de informação em tempo real realizada pelos veículos de comunicação oficiais do evento.



Anime-se e faça parte desse mundo, como o próprio tema do evento, que vem do latim, evidencia, preencha a sua “ANIMA”,ou alma para nós, com o criativo que a moda pode oferecer, independente da combinação que esta fazendo sucesso, da cor do momento e das modelagens que vão pegar no verão, se alimente de todo conceito e processo que envolve a moda e aproveite da facilidade e proximidade com a informação para alimentar a alma de idéias. As minhas em relação a esse mega evento do qual participo a quatro anos estarão por aqui, não revelando tendências, mas sim revelando o Avesso que a São Paulo Fashion Week pode oferecer. Aproveitem comigo!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

PORQUE COMEÇAR

Por Carol Carvalho

É inevitável que o primeiro texto fale de começo, por isso não vou fugir da regra e vou contar o porquê da decisão de me conectar ao universo das palavras virtuais e fazer parte da “realidade” ansiosa e incessante de atualizar um blog. Pois bem, apesar de adentrar o mundo intangível, a minha busca é propagar percepções particulares da realidade, os fragmentos diários que retiro do meio e simplesmente guardo em mim, o que acabou gerando um grande acumulo de pedaços que agora precisam ser espalhados e divididos com o próprio meio, necessitando então, do blog.

Talvez alguns pensem ok, é só você conversar com as pessoas sobre suas idéias que elas já estarão sendo propagadas ou sei lá, você pode de repente produzir uma obra de arte, ou executar um projeto social, mil possibilidades... mas se pensarmos que apesar dessas inúmeras possibilidades temos ainda que ganhar dinheiro, cumprir obrigações, obedecer as regras, ser descoberto por alguém, ser filho de pai rico, dormir e depois de tudo fazer o que gosta, ai acho que é melhor começar pelo blog mesmo ?

São por essas e outras que estou aqui, quero misturar idéias, divulgar informação, ironizar, contar causos ou simplesmente conversar, quero de alguma forma poder espalhar as inúmeras coisas que passam pela minha cabeça pelo mundo, mesmo que seja só para quem mora nos arredores de Osasco e para os meus amigos, como disse, tudo precisa começar, e aqui está, O COMEÇO!