terça-feira, 15 de junho de 2010

Orgulho em ser brasileiro


Por Carol Carvalho

Hoje foi o dia mundial do amor a pátria, da troca áurea de vibrações entre o povo e seu país, ou será amor ao espaço próprio, a bebedeira, a um dia a mais sem trabalhar; amor a si próprio? Pois é, enquanto passei, como todos os brasileiros no dia mundial do orgulho verde e amarelo, duas horas na loucura do trânsito para ver a partida entre Brasil e Coréia do Norte, fiquei mais uma vez pensando sobre a mobilização de milhões de pessoas em prol de um único objetivo, o jogo do Brasil. Ai pensei mais ainda na loucura de estar em meio a milhões de carros que ansiavam pela chegada ao seu clã para assistir a partida e celebrar a vitória nacional, chegando a pergunta: mas afinal, que vitória é essa?

Não que eu ache que todos devessem esquecer a Copa e ficar horas a mais no trabalho, afinal eu mesma sai as duas da tarde, mas fico admirada com a mobilização de todas as pessoas em prol da torcida pela bola do Brasil, o que nunca acontece à favor de coisas essências para o Brasil, como a melhoria dos políticos, melhores condições de vida, evolução econômica, entre outros fatores que continuam em baixa escala no nosso país, fatores estes que interessam a um benefício do coletivo, não da sua família dentro da sua casa na frente da TV.

Ai então que mora o problema, será que só conseguimos pensar em resultados que tragam benefício próprio? Infelizmente dentro do meu carro, sozinha em meio à loucura do trânsito, conclui que sim. Simplesmente toda a cidade, individualmente se movimentou no mesmo horário a lugares muito próprios com interesses mais próprios ainda, passando por cima de carros e pessoas e finalmente vibrando por uma partida de 2 a 1 entre o improviso e a muralha da ditadura, que no final de tudo só nos trouxe mais uma oportunidade de sermos brasileiros, ou melhor, de sermos um só brasileiro, com meio dia de trabalho, muita cerveja e placar com saldo positivo depois de muita luta com o esforço da última hora. Seja brasileiro também e tenha orgulho sim do que somos, temos e podemos ser, isso sim é motivo de orgulho!

sábado, 12 de junho de 2010

É possivel viver de arte?


Por Carol Carvalho



Imagino que muitos artistas se façam essa pergunta diariamente, não por falta de confiança no próprio trabalho, mas por desconfiança no mercado capitalista do qual fazemos parte, que apesar de receber diversos tipos de áreas e trabalhos sempre nos restringe ao limite de ter uma casa legal para morar, comida para nos alimentar, livros e cds para colaborar culturalmente, ou seja, dinheiro.

Diante dessa necessidade muitas vezes abandonamos o nosso sonho e prazer para trabalharmos com aquilo que pode suprir as nossas necessidades financeiras, mas ai que vem a pergunta, será que vale a pena?

Obviamente que a resposta é não, afinal por mais que seja possível sobreviver com um trabalho que movimenta as nossas finanças, não estamos vivendo e sem vida não somos nada não é mesmo? Por isso passei a me questionar em relação ao trabalho de diferentes pessoas e ao meu próprio trabalho, buscando uma resposta a tão angustiante sensação de não saber se é possível viver do que você gosta, no meu caso, de arte.

Por conhecidência do destino, na minha jornada na semana de moda de São Paulo, ou mais comumente conhecida como São Paulo Fashion Week, encontrei com duas pessoas que me motivaram a acreditar ainda mais que é possível viver de arte. São eles, Gilmar, o cartunista e Hideo, o caricaturista.

O primeiro deles, Gilmar, cartunista renomado, do clube de nomes como L. Greco, Adão, entre outros, batalhador e profissional da área a 20, me fez realmente acreditar que é possível viver de arte, afinal ele vive disso. Com trabalhos publicados na Folha de São Paulo, uol, SPFW journal, entres outros veículos, ele traçou a carreira da sorte de trabalhar na área desde o inicio, construindo uma história e conseguindo sobreviver dela até hoje.

Aqui na São Paulo Fashion Week seu papel é elaborar suas tão adoradas tirinhas cómicas com as histórias reveladas pelos visitantes do evento no lounge Rexona. Minha proximidade com ele foi justamente por esse motivo, fui até lá contar a minha história, que ficou incrivelmente animada em três quadrinhos, e acabei saindo com uma grande história inspiradora, a história de um verdadeiro artista que visualiza o mundo como matéria prima para suas produções, que sonha e que comprova que é sim possível sobreviver de arte e de um conceito muito próprio sobre a vida, basta acreditar e "ter olhos para observar e captar", como disse Gilmar.

Com isso parecia que tudo poderia acabar, já que a resposta estava dada, mas por conhecidência do destino novamente, encontrei uma outra pessoas que esta no processo da vida através da arte, reforçando a teoria de que é possível e comprovando que é só batalhar e acreditar. Esse novo personagem da história se chama Hideo, um japonês autêntico, que como os outros tem um grande dom, muita força de vontade e concentração. Hideo é caricaturista por prazer, trabalhando hoje com festas, eventos e no desenvolvimento de caricaturas particulares, o que não era o seu ganha pão a um ano atrás.

Diferente de Gilmar, Hideo não conseguiu traçar o seu caminho de artista desde o inicio, tendo que guardar o seu dom de criança no bolso e viajar para o Japão para ganhar a vida. Depois de muito trabalho e dinheiro no bolso, o caricaturista resolveu voltar ao Brasil e investir na sua carreira. Ele foi estudar desenho no Senac Lapa Scipião e tendo a força do lema "no lugar certo na hora certa", encontrou Raimundo Guimarães, colorista da Walt Disney e seu "padrinho", que o ajudou a chegar ao tão esperado momento de viver da arte, abandonando a realidade industrial que fez parte de sua vida para incorporar a arte como profissão.

Suas perspectivas ainda não são como as de Gilmar, que já esta consagrado no mercado, mas hoje ele já acredita que é possível sobreviver de seu dom e caminha cada vez mais para isso, mesmo que tenha que encarar oito horas de desenho diário, com tempo limite de 10 minutos para o desenvolvimento de um desenho, afinal isso é só parte do processo para se chegar ao objetivo final.

Assim, com essas duas história eu finalmente consegui cessar essa angustia que carregava a tempos dentro de mim e hoje posso dizer mais do que nunca que podemos viver de arte e devemos acreditar cada dia mais no nosso poder de comunicar e difundir, explorando o nosso talento de forma a contribuir mais e mais para o meio, que assim a consequencia só poderá ser o retorno desse meio para nós.

Acessem o blog do Gilmar, www.gilmaronline.zip.net para conferir os trabalhos e encomendem caricaturas do Hideo pelo email erikahideo@yahoo.com.br para contribuir com o trabalho.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Parece brincadeira mas é sério

Por Carol Carvalho

Apesar de se mostrar muito divertida e ANIMAda, a São Paulo Fashion Week é na verdade um evento de extrema seriedade organizacional e financeira, movendo diferentes áreas da economia, da industria da comunicação e da sustentabilidade a cada edição que acontece.

Neste momento, os corredores do prédio da Bienal em São Paulo, produzidos especialmente por Julia Petit para o evento, trazem uma cara nacionalmente conhecido, com imagens que revelam o nordeste brasileiro e sua rica cultura através de grafismos dos artistas dos blocos afro de Salvador. Além disso, temos ainda os cataventos, que sopram alegria aos visitantes e a roda gigante montada bem no meio da Bienal, reavivando a alma infantil e animada que carregamos dentro de nós

Diante dessas imagens pensamos então, interessante, eles reconstroem um lugar, despendem uma grande bagatela financeira, mobilizam milhões de profissionais, tudo isso para que? Pois bem, nada é realizado se não pode trazer resultados positivos aos envolvidos não é mesmo? Por isso é que o SPFW é o maior evento de moda de São Paulo e um dos mais estruturados do mundo, trazendo a cada edição, em média, 150 compradores internacionais, representantes de grandes redes de varejo oriundos da Europa, Estados Unidos, Oriente Médio, Índia e América Latina, além da média de 2.100 jornalistas nacionais internacionais que vem divulgar o trabalho árduo e as idealizações das marcas brasileiras.

Isso movimenta não só o mercado nacional, mas também difunde nossa forma de trabalho, nosso perfil criativo e as diversas possibilidades que o Brasil pode oferecer em escala mundial. São investidos, em média, R$ 8 milhões a cada edição do SPFW. Nesta edição o valor é o maior de todas: aproximadamente R$ 13 milhões de reais, para que tudo fique estruturado e possibilite a realização de 39 desfiles com a participação de aproximadamente 350 modelos e a atração de 1,8 milhão de pessoas.


Diante disso, o evento consegue impulsionar pelo menos R$ 1,8 bilhão em negócios relacionados direta e indiretamente a ele, gerar mais de 5.000 empregos diretos e indiretos, popularizar a moda brasileira e disseminá-la no mundo, além de gerar um movimento extra no setor de turismo de São Paulo, já que proporciona um fluxo de mais de R$ 85 milhões, os quais correspondem à movimentação direta em virtude de receber um público de aproximadamente 100 mil pessoas, sendo que cerca de 38 mil destes são turistas nacionais/internacionais.


As grifes e estilistas que atualmente compõem o SPFW investem nos desfiles cerca de R$ 7,5 milhões por temporada, impulsionando uma rede virtuosa de desenvolvimento, emprego e negócios.

Os principais grupos de comunicação do País também são parceiros do SPFW. Anualmente, são investidos R$ 19 milhões em permutas de espaços publicitários e horas de programação relacionados ao SPFW.

A indústria brasileira da moda reúne 30.000 empresas, movimenta US$ 50 bilhões/ano e emprega 1.700.000 de brasileiros. É hoje um dos principais setores que devem receber atenção do governo federal para criação de empregos e investimentos, sendo responsável por 17 por cento do PIB da indústria de transformação no país.

Resumindo, o tema é de brincadeira, mas a coisa é séria mesmo e deve ser considerada, afinal apesar de parecer uma realidade alheia a nossa, fazemos parte deste processo, e como todos que estão dentro dele, devemos nos beneficiar da nossa fatia do bolo, independentemente se o retorno será financeiro ou intelectual. Vamos aproveitar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A moda da alegria

Por Carol Carvalho

Começou ontem o maior evento de moda do país, popularmente conhecido como São Paulo Fashion Week, a semana de moda com espaço físico restrito a jornalistas e fashionistas pops, mas atualmente popularizada e acessível a qualquer classe e cor. Isso porque a moda agora é tornar o espaço cada vez mais público, mesmo que seja através de desfiles transmitidos ao vivo pelo site oimoda, por convites oferecidos pelo mesmo site a melhor produção de um look postada no facebook da OI, ou por propostas como a da C&A, que nesta edição trouxe um “espaço aberto ao público”, onde transeuntes que circulam pelo parque do Ibirapuera podem ver tudo o que esta acontecendo nos corredores da Bienal por uma parede de vidro.




Não podemos dizer que a participação é efetiva, mas o que vale é matar a curiosidade e ao mesmo tempo levantar a bandeira de que a moda está se popularizando e disseminando cultura pelo mundo, o que afinal, não deixa de ser verdade, já que temos acesso aos desfiles, tendências, conceitos e celebridades por toda parte da Internet. Sem contar as transmissões de TV e a publicação de informação em tempo real realizada pelos veículos de comunicação oficiais do evento.



Anime-se e faça parte desse mundo, como o próprio tema do evento, que vem do latim, evidencia, preencha a sua “ANIMA”,ou alma para nós, com o criativo que a moda pode oferecer, independente da combinação que esta fazendo sucesso, da cor do momento e das modelagens que vão pegar no verão, se alimente de todo conceito e processo que envolve a moda e aproveite da facilidade e proximidade com a informação para alimentar a alma de idéias. As minhas em relação a esse mega evento do qual participo a quatro anos estarão por aqui, não revelando tendências, mas sim revelando o Avesso que a São Paulo Fashion Week pode oferecer. Aproveitem comigo!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

PORQUE COMEÇAR

Por Carol Carvalho

É inevitável que o primeiro texto fale de começo, por isso não vou fugir da regra e vou contar o porquê da decisão de me conectar ao universo das palavras virtuais e fazer parte da “realidade” ansiosa e incessante de atualizar um blog. Pois bem, apesar de adentrar o mundo intangível, a minha busca é propagar percepções particulares da realidade, os fragmentos diários que retiro do meio e simplesmente guardo em mim, o que acabou gerando um grande acumulo de pedaços que agora precisam ser espalhados e divididos com o próprio meio, necessitando então, do blog.

Talvez alguns pensem ok, é só você conversar com as pessoas sobre suas idéias que elas já estarão sendo propagadas ou sei lá, você pode de repente produzir uma obra de arte, ou executar um projeto social, mil possibilidades... mas se pensarmos que apesar dessas inúmeras possibilidades temos ainda que ganhar dinheiro, cumprir obrigações, obedecer as regras, ser descoberto por alguém, ser filho de pai rico, dormir e depois de tudo fazer o que gosta, ai acho que é melhor começar pelo blog mesmo ?

São por essas e outras que estou aqui, quero misturar idéias, divulgar informação, ironizar, contar causos ou simplesmente conversar, quero de alguma forma poder espalhar as inúmeras coisas que passam pela minha cabeça pelo mundo, mesmo que seja só para quem mora nos arredores de Osasco e para os meus amigos, como disse, tudo precisa começar, e aqui está, O COMEÇO!