terça-feira, 8 de novembro de 2011

Gentileza gera gentileza...Tudo depende da condição

Desde a semana passada aceitei um trabalho que me faz utilizar dois tipos de transporte públicos diferentes e duas linhas diferentes do metrô. Apesar de parecer cansativo e chato, para mim é muito o contrário, porque a cada momento que posso me livrar do carro e do trânsito e ainda estar em contato com o espaço e com as pessoas, me sinto ainda melhor e mais inspirada.

Apesar disso, ao mesmo tempo não pude deixar de passar pelo outro lado da situação, o qual aos nossos olhos já é uma normalidade mas que na real é um incomodo tremendo e que não sei como lidar...Primeiro foi a piração com o fone de ouvido, um novo e meio grande que trabalhei por 12 horas durante vários dias para comprar, não sabia se poderia utilizá-lo ou se deveria manter o normal mesmo, evitando o possível roubo do meu ipod. Depois me perguntei se deveria ir de mochila ou com uma bolsa normal para levar o computador que demorei dois anos para comprar e não posso perder. Por fim se deveria pegar o dinheiro da carteira ou já deixar o Bilhete Único a postos para evitar qualquer prejuízo.

Inúmeras condições que me encurralaram no meu próprio lugar e tomaram de mim um tempo que poderia muito bem ser usado para coisas bem mais positivas, mas OK, essa é a realidade, vivemos em um país desigual, a culpa é do governo, não podemos mais mudar isso... E tantas outras premissas do tipo que nos levam a simplesmente aceitar, mas e quando essa realidade imutável aperta bem o seu calo?

Pois bem, hoje estava eu novamente a caminho do trem e um cara muito estranho se aproximou da escada, com medo de todas as condições já apresentadas decidi parar e esperar. Nesse tempo de espera um outro cara com toda a sua gentileza vestida de camisa xadrez, calça jeans e um alarme de carro no bolso se aproximou e ofereceu proteção dizendo que ali naquela escada nenhuma mulher passaria por medo ou desproteção. Eu, muito agradecida pela atitude falei obrigada um milhão de vezes, mas ao final do caminho da escada, não mais que de repente, o homem do caso me pediu dinheiro "em troca" da ajuda concedida, isso porque como descrito por ele, sendo um morador de rua, precisava de ajuda.

Desse momento em diante o único alimento que tive foi a revolta, revolta porque mais do que meu fone de ouvido, meu ipod e meu computador, esse cara roubou o meu livre arbítrio e esse não tem preço nenhum.

Com tudo isso fiquei a viagem inteira me perguntando o que posso eu fazer para mudar pelo menos parte disso, não só para mim, mas para várias pessoas que sem perceber já não tem mais arbítrio nenhum.

De verdade não sei se viramos todos a cara mesmo e deixa acontecer, se nos rebelamos, se tomamos a atitude de um em um para chegar ao todo ou se apenas passamos os dias nos lamento, mas sei que não da pra simplesmente fingir que não viu e apenas criticar, é um tal de mandar Lula para o SUS,  proteger estudantes que tem lá a sua razão mas que nunca utilizaram de sua pseudo revolução para mudar nada além do seu próprio umbigo; Mas e na hora de se informar e poder argumentar com pautas da realidade onde ta todo esse mundo de gente que supostamente faz com que funcione o "gentileza gera gentileza"?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Felicidade?

Ontem fui a um dos meus programas favoritos, cineminha...sai de casa com o objetivo de assistir "A árvore da vida" mas como estava acompanhada de algumas outras pessoas que não conseguiram chegar na sessão tivemos que fazer algumas mudanças e escolher a última produção nacional do momento, "Onde está a felicidade?", um filme dirigido por Carlos Alberto Riccelli com roteiro da atriz principal Bruna Lombardi.

Não posso deixar de confessar que no inicio desenvolvi um pré conceito sobre o longa acreditando que seria mais uma comédia pouco engraçada Globo Filmes, tipo aquelas que só servem para colocar na telona caras conhecidas da telinha sabe? Mas na verdade me arrependi do conceito e me surpreendi com a história, que mesmo sendo quase uma cópia de "Comer, Rezar e Amar",tem a sua graça e movimentou a minha graça interior.

Guiado por uma história de amor frustrada por conta de uma traição e recuperada pela fé e pela felicidade de caminhos e pessoas, o filme pode ser uma graça para alguns, uma reflexão para outros e um medo para outros, mas para mim foi um pequeno toque em emoções profundas e latentes.

Parece até pequeno em relação a um filme simples, mas pode se tornar complexo dependendo do seu olhar...e como o meu olhar está mais sentimental no momento, tocou na busca e retomada do sentimento, afinal muitas vezes é difícil acreditar que sentimentos que nascem e supostamente morrem podem ser retomados, mas mesmo com uma história boba de amor é possível relembrar que essas coisas acontecem sim e que mesmo depois de muitos anos passados energias e interiores ainda se encontram e quase sempre sabem que a felicidade pode estar ali, em um simples olhar, em pequenas atitudes, em palavras nas entrelinhas e principalmente em um alguém que te conhece tão profundamente que é capaz de saber o seu mais íntimo ser.

Coincidência, destino ou somente um filme na sala 6 essa história movimentou muito minhas reflexões, a tal ponto que me fez escrever este post a 1:30 da manhã e dizer com palavras não óbvias que, como um dos personagens do filme colocou, "o amor é como o cerrado", muda em vários momentos, hora parece estar seco sem energia, mas basta uma chuva e algumas mudanças, que você vê florescer e encontra nele a felicidade, descobrindo que o primeiro beijo da história na verdade pode ser o último.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Idas e vindas - A roda viva sempre continua



"E hoje, depois de três doses de Black Label e umas duas de vinho, a gente pensa nos caminhos e descaminhos dessa vida. Perto dos 30 anos, me pintou uma acachapante noção – inédita, no meu caso – de que a vida real não tem Control + Z. Há dez anos, eu poderia dar roll back se tudo estivesse dando errado. Aos 30, você toma grandes decisões na vida que vão te influenciar até o fim dela. Você tinha dez caminhos diferentes pra seguir, e adoraria seguir todos, mas só pode ter um. E, ao escolhê-lo, o negócio é esquecer de que está perdendo os outros nove, sob o risco de broxar no único que de fato vai viver.

E pra completar a ciranda, às vezes surge uma Roda Viva que, como consolo, te dá a certeza de que por ela passaria se escolhesse absolutamente qualquer um dos caminhos e que vai fazer da tua vida um hiato momentâneo – e que hiato, amigo." Por Fernando Vives | em escritos bêbados, filosofia série b


Pela primeira vez estou começando um post com palavras que não pertencem ao meu banco de criações mas que com certeza serviram de alimento para idéias e principalmente como resposta para alguns questionamentos dos últimos tempos.

A praticamente três semanas voltei à uma realidade que estava fora da minha vida a sete meses, os quais, apesar de representarem um curto espaço de tempo, foram capazes de mudar uma história. Digo isso porque desde que sai e voltei a minha vida e a das pessoas que fazem parte dela se transformaram e me fizeram entender que realmente crescemos e somos pessoas com grandes responsabilidades e significados, somos adultos com quase 30 que precisam de uma carreira, uma casa, um parceiro, conhecimento... entre outras características que simbolizam o verdadeiro perfil dos 30 anos.

Mas ai quando pensei nesses 30 não tive como não voltar aos 12, 13, 14, 15... retornei ao passado e pude ver quantas coisas vivi, quantas perdi, quantas ainda preciso passar e quantas conquistei...

Comecei a  experiência "voltando atrás" quando cheguei e reencontrei pessoas e seus pedaços de energia, depois passei pelo momento rever capacidades e organizar as conquistas trazidas na bagagem e por fim encontrei um baú de memórias com palavras da minha adolescência  e daqueles que fizeram parte dela me ajudando a ser e entender quem sou hoje... Com tudo isso não tive como não pensar nas minhas escolhas, no meus caminhos e em quem sou agora, nos quase 30.

Como vocês podem imaginar ou vivenciar, isso não foi uma situação muito fácil mas depois de muito refletir, discutir, nutrir e por fim receber este texto percebi que não adianta nada pensar em tudo isso e muito menos querer entender a vida só porque está nos 30 anos, o importante na verdade é saber pelo menos quais dos todos caminhos possíveis você escolheu e segui-lo com muita vontade, não perdendo tempo, não poupando sonhos, não calando desejos...não tendo medo, porque isso atrapalha os 10, os 15, os 20, os 30 e todos os bons momentos que poderíamos estar vivendo agora, por isso, como disse o meu filosófico amigo do inicio, faça parte da roda vida que é viver e deixe as coisas acontecerem, assim todos os anos vão ser os mais importantes, maduros, responsáveis e principalmente os mais felizes da sua vida. 


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porque parar com as conclusões, basta mudá-las



Nem sei dizer quanto tempo faz que não divido mais as minhas conclusões por aqui, e isso porque o blog apresenta data e hora de cada post...mas de qualquer forma, sei que quando se passa muito do tempo perdemos a noção e por isso, mesmo com relógios, números e calendários sei que foi um tempo longo.


Mas sei também que para quem me conhece e sabe do momento da minha vida entende muito bem onde foram parar as minhas conclusões...isso mesmo, no meu outro blog emquenewyorkvocevive.blogspot.com. Só que não sei se posso dizer que ele reflete minhas conclusões mais puras e pessoas, afinal ele tem um quê mais jornalistico e informativo do que particular, reflete sim o meu mundo mas com outros olhos... Por isso então não me aguentei e mesmo na correria louca pela qual estou passando resolvi abrir o computador e voltar as minhas origens conclusivas, agora com novas fontes de informação mas ainda me levando a delírios, reflexões, momentos e consequentemente...CONCLUSÕES!!!

Alem disso não posso deixar de dizer que no final do meu dia passei por duas inspirações muito consideráveis e importantes para o meu impulso incontrolável de escrever as coisas por aqui...uma delas prefiro não revelar mas vem de outros escritos quase que conclusivos muito interessantes de um outro cidadão. A outra é o resultado mais que importante do meu suor de trabalhador brasileiro em terras de Obama... mas  antes de explica-lo preciso primeiro esclarecer o porque dessas terras afinal pode ter alguem que ainda não saiba, então ai vai... A mais ou menos uma semana completei quase quatro meses de inconstantes e surpreendentes vivencias na grande maçã Nova York comprovando como é louco tudo isso aqui e como você realmente perde a noção de tempo e espaço, mas isso já é um outro post, vamos voltar ao ponto principal deste aqui...


Como estava dizendo, a segunda razão que me levou a voltar as minhas origens conclusivas foi a conquista e visualização do esforço todo que venho fazendo por aqui...Estava eu no fascinante supermercado americano, que mais parece um shopping de comidas e acessórios para a vida, e sem querer distraída passei por uma parte onde se vendem revistas, com interesse em uma Vogue ou W magazine fui dar só uma olhadinha e quando menos esperava la estava a tão querida Fortune Magazine, não que eu a leia, devo contar a verdade, mas pela primeira vez na vida ela significava literalmente Fortune para mim porque em meio as suas páginas estavam lá as minhas produções, o meu styling, o resultado do meu trabalho como Personal Stylist e acima de tudo a minha conquista de um espaço...

Diante disso não pude pensar em outra coisa alem de sentar aqui e concluir que valeu a pena pessoal, foi mesmo difícil, um processo, um aprendizado, uma experiência, mil palavras de sensações que vou morrer escrevendo aqui, mas hoje o resultado esta ai nas páginas de uma revista gringa!!!

Muito obrigada universo e todos que colaboraram comigo e agora aguentem que vou voltar com toda força e contar as mil coisas que aconteceram por aqui e que ainda vão acontecer!!!!