sábado, 31 de julho de 2010

O POVO DA MODA




Por Carol Carvalho

Moda, sinônimo atual de glamour e indicativo de poder desde sempre ela dita idéias, gosto, mercado e movimenta a economia no mesmo nível que pólos como o esporte e a indústria automobilística. O que nos leva a concluir que ela é uma atração fatal para qualquer pessoa, desde profissionais da área a vítimas fashion, conseguindo com seu poder criar uma sociedade paralela que habita “O povo da moda”.

Muito bem, este post é dedicado a este denominado, e novo, “povo”, que como todos os outros seres humanos da terra, têm uma vida, comem, tomam banho, tem filho...mas com certeza possuem um poder superior para serem classificados como um povo em particular.

Para iniciarmos então, vamos pensar primeiro que povo é esse? Como já disse, eles são sim pessoas que tem sua parcela de normalidade, mas apesar disso manipulam um mundo em paralelo, ditando tendências, sendo pesquisados como referências de estilo, escrevendo sobre os acontecimentos do universo fashion e lógico, usufruindo do poder de manipular o mercado do desejo para ostentar, participar das maiores festas e mostrar suas bolsas de um milhão de dólares por ai. Além disso, eles são pessoas que se preocupam extremamente com o que estão vestindo e o que representam aos olhos do “povo”.

Ok, eles são isso e estão ai, mas quem os colocou em um patamar de outro povo? Pois é, infelizmente fomos nós mesmos, o povão; que manipulados pela indústria do consumo que quer vender sempre muito e muito mais, acreditamos que a nossa identidade se constrói com a calça do momento, o tênis mais pop e a bolsa do estilista mais famoso, dando a moda um poder tão superior que chegou ao ponto de desenvolver uma estrutura de pessoas e relações em uma sociedade paralela.

Não que eu não acredite na moda e no seu poder de movimento e criatividade, mas não acho nada produtivo o glamour que ela ocasiona e a confusão de personalidade trazida pelo seu alto desejo de consumir pessoas, o que leva a construção de uma fantasia tão superior a realidade que resulta na separação de pessoas, originando o tal “povo da moda”.

Acredito mesmo que a moda sirva para implantar idéias, movimentar e apresentar diferentes universos, difundir informação e logicamente vender, mas tenho certeza que isso é construído pelo povo da gente mesmo, por estilistas e profissionais que dão muito duro diariamente, que pesquisam, se esforçam, que tem grande capacidade e que pensam a moda como um meio de transformação, em várias escalas, o que os coloca muito mais perto do que longe do povo real e o que nos motiva diariamente a continuar correndo atrás do tecido de cada dia para manter vivo o mercado da moda.

Temos que buscar a nossa raiz dentro de nós mesmos e nos manter informados para que a realidade da moda bata a nossa porta e traga o que realmente alimenta esse universo, usufruindo positivamente do mercado e abrindo mão de dicas banais e baladas impopulares indicadas pelo “povo da moda”.

Um comentário:

  1. Carol. minha flor da moda...
    a moda é uma coisa e a coisa que é, é moda!
    o que importa entre o começo e o fim... talvez seja o meio,
    recheie o meio de beleza humana e vertente acessível...
    bjs

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